...a Mestra disse: peguem nos vossos cadernos e saiam para o campo e encontrem a flor que vos chamar e falar ao coração”
E lá no fim do campo, depois de todas as outras tão caladas, uma sebe de ervas pontilhadas de luz...
...e um chamado, um intenso chamado, um som continuo de (quase) serraria, Ummm... mmm... mmm toda uma urgência de NÃO DESVIES OS OLHOS, sou eu mesma.
E não desviei e fui e sentei.
E esperei... e o som calou-se e as florinhas minúsculas continuaram a pontilhar de luz o verde das urtigas a toda a volta...
Florinhas brancas luminosas que saem em buquê de caules ásperos, de espaço em espaço como chacras e crescem olhando o céu em todas as 7 direções...
Sementinhas peludinhas aos pares, caule que agarra e “trava” o avanço... de cada flor fecundada fica um par de sementes, 2 minúsculos testículos.
Os nós de onde brotam as hastes das flores, quais joelhos, os caules – ossos - resistentes…
Pequenas folhinhas verdes abrem-se em estrelas de várias pontas em leque... Dizes-me porquê?
Infinitas florinhas brancas, pináculos de Luz, que canalizam aos centros energéticos... e as urtigas... este emaranhado de urtigas onde decides nascer é para quê, diz, para quê... ?
E contas-me os teus segredos e explicas o teu sabor verde nos meus lábios... ?
E explicas esta vibração dentro, este encontro?
E a Aspérula começou a falar dentro de mim e disse de sua justiça:

- Então...! as urtigas são boas amigas, curam os “maus humores” do fígado, e eu com elas…!
- Eu sou uma flor ligada á cura dos canais interiores dos órgãos sexuais humanos, sou um desinfetante das vias urinárias, trabalho a limpeza e a cura dos órgãos sexuais depois de relações humanas promiscuas.
- Energeticamente consigo purificar o mental conspurcado por palavras feias, sobretudo curo a necessidade de dizer nomes feios, o seu uso grosseiro, em referência aos órgãos e ato sexual... 
- Vês as minhas flores...? Elas espalham-se em tantas direções para cuidarem   da próstata... são assim luminosas e branquinhas porque despertam e honram a sacralidade perdida, esquecida...
-  Na tua boca, eu saibo assim para reconheceres o teu próprio sabor… e esta vibração... eu explico-te assim que me abençoes...

Abençoo-te Aspérula! E abro-me à tua bênção:

“Abençoada sejas, Criatura,
Árvore com pernas que te fazes todos os dias,
Envolvendo a vida verde de Amor e Compaixão!
Somos irmãs, Somos família,
Somos do mesmo sangue-clorofila
e nas tuas-minhas veias o que sentes agitar
É o nosso Amor pela Vida, por todo o Ser.

Usa as minhas folhas-penas para abençoar
e as minhas flores-gotas para curar!
Alia-te a mim e segue ao meu lado estrada fora,
para o Maior Bem do teu Mundo, neste Universo.
No teu Aqui e no meu Agora: recebe-me dentro da alma!
E que Assim Seja por assim Ser.”

As minhas folhinhas em leque são reflexo das luzinhas do céu noturno...
A vibração que sentiste quando procuravas a flor que a Mestra propôs, é o meu ressoar nesta dimensão…
É a resposta da Vida que sou, às frequências do Universo…
Sabes aquele zumbido que as abelhas e outros insetos fazem quando vão polinizar as flores... ?
Quando “ouvem” e sentem essa vibração, nós as flores, ressoamos abrindo–nos mais à polinização, doamos o nosso melhor: florescemos e enflorescemos para que o processo construtivo da Vida aconteça...
Em verdade cumprimos a nossa função, ancoramos o propósito maior que nos anima!
Quando a tua vibração de busca me tocou, todo meu ser-flor ressoou para ti…e tu vieste!