A tintura Mãe das Flores Onze Horas foi iniciada no dia 12 de setembro de 2021 como preparo da primavera que se anunciava no Sul da Bahia como sol de verão. As flores ficaram alguns dias dançando para mim e eu com elas, até que num domingo às 11 horas entendi que havia chegado a hora de preparar a minha primeira tintura mãe.

A Onze Horas (Portulaca) “obriga” a trazer para a consciência sentimentos reprimidos de raiva e mágoa, para que sejam expressos de forma construtiva adequada: chegou a hora de soltar essa raiva à medida que cada situação surge, em vez de reprimir os sentimentos e expressá-los na hora errada, geralmente em relação a um espetador inocente. Sustentar raiva esgota a força vital, deixando o sistema imunológico fragilizado e em esforço para acompanhar as demandas colocadas sobre ele no dia-a-dia.

Expressar a sua raiva no meio de uma situação dolorosa, ao invés de mais tarde, acelera o processo de cura e permite um desfecho mais otimista da situação que causou a raiva. Permita-se olhar para “aquilo” a que se apega, que “esconde” em lugares “obscuros” do seu corpo: tenha a coragem de se “expor” a si mesmo e deixe ir isso que já não lhe serve.

“Existem joias escondidas nesses lugares perdidos e esquecidos… Reúna as joias e libere o seu corpo de segurar o desnecessário, o velho. Liberte a sua mente, o seu corpo e o seu coração. Procure consolo no conhecer para se permitir curar, através da reflexão e autorreconhecimento de eventos impactantes da sua vida: Reúna as suas joias e cure-se!”

A Onze Horas dá apoio e “guidance” nas transições e mudanças de vida, aportando coragem e firmeza para um mergulho firme e profundo para dentro da sua vida e encontrar a força para fazer um balanço honesto, “ajudá-lo a dar um passo para trás e olhar para sua vida de uma nova e corajosa perspetiva”: Transforma a tristeza e a mágoa, a depressão a culpa e a auto-punição em aceitação, validação e paz interior.

“… acordam o meu coração que por um certo tempo se fechou e recolheu para a cura e ao mesmo tempo, promove o circular da energia  no corpo acordando o movimento suave pélvico e dando consciência das raízes dos pés. Mesmo com suas flores vibrantes e a sensação quente do sol tudo isso se revelou de maneira suave e ritmada conectando os chacras base, coração, coroa e fazendo o movimento de trazer a perceção dos pés ancorados na terra ou à Terra.” (Circulação da linfa nos membros inferiores).

“As flores que recebem o sol e balançam com o vento, também convidam aos que receberem essa medicina a dançar suavemente soltando a pélvis suavemente… músicas suaves que auxiliam a liberar a energia kundalini, não de maneira agitada, e sim ritmada, num balanço suave que libere a energia de criar uma vida dourada de amor e ouro.”

Diz-se desta flor que basta aplicar um pouco da sua essência diretamente na junta articular, para de imediato se conectar com a memória aí armazenada, permitindo a sua libertação.

Informação Botânica: 

O nome Portulaca vem do latim portula, que significa "pequeno portão", pois o topo da cápsula da semente se abre como um portão.

Normalmente conhecida como Portulaca, rosa do Sol ou rosa da esteva, além de “moss rose” (rosa dos musgos) é uma planta suculenta bonita com muitas flores pequenas que parecem rosas em miniatura; Chamada Onze-horas no Brasil (porque começa a abrir suas flores próximo às 11 horas)   (Portulaca grandiflora) é uma planta da família Portulacaceae, nativa da América do Sul, ocorrendo desde o sudeste brasileiro até o Uruguai e a Argentina. Também pode ser encontrada no sul do continente asiático. Em Bangladesh é conhecida como “Time Fool” (algo como “bobo do tempo”), por causa de sua floração ocorrer de acordo com o tempo, quase sempre próximo ao meio-dia.

É uma planta anual, muito pequena e de crescimento rápido, atingindo 30 cm de altura. As folhas são espessas e carnudas, com 2 cm de comprimento e dispostas alternadamente em pequenos grupos. As flores possuem diâmetro entre 2 e 3 cm com 5 pétalas, que podem ser vermelhas, laranjas, salmão, rosas, brancas e amarelas. É também conhecida como Beldroega  (designação antiga, que engloba outras espécies de diferentes géneros).

A Portulaca foi introduzida na Europa pela primeira vez chegada da América do Sul no início do século XVIII. Embora sua beleza como flor de jardim fosse muito apreciada, ela também era considerada muito útil como medicamento, para doenças. Como a Portulaca tem um teor muito alto de ferro e vitaminas, as folhas também eram comidas como verdura e eram boas para curar o escorbuto. Colocada no pescoço, a Portulaca foi pensada para aliviar espasmos musculares ou cãibras no pescoço. Colocá-lo debaixo da língua era para prevenir a sede. No entanto, acreditava-se que comer Portulaca estimulava o apetite. Por ser mucilaginosa, essa planta tem diversas utilidades na culinária, como engrossar sopas e guisados. As folhas e flores podem ser comidas cozidas, cruas ou em conserva. Tem um sabor muito suave e agradável.

Portulaca também possuía propriedades mágicas: colocada na cama de uma criança, afastava os maus espíritos enquanto a criança dormia. Uma lenda alemã conta a origem da portulaca, ou rosa-musgo, como às vezes é chamada: Um anjo que caminhava por uma floresta ficou cansado e sentou-se em baixo de uma roseira para descansar. Quando ela acordou, o anjo agradeceu à árvore por sua hospitalidade e se ofereceu para espalhar um tapete de musgo sob seus galhos para manter suas raízes frescas. Este musgo que agora chamamos de rosa musgo.